Nigéria: ISWAP chacina mais de 12 agricultores, inclusive crianças, em Gurnowa, no estado de Borno

 


Combatentes afiliados ao EI mataram mais de uma dúzia de agricultores e crianças em um ataque com armas de fogo e explosão de mina no estado de Borno, no nordeste da Nigéria, epicentro do conflito extremista, informaram hoje à AFP dois membros da milícia antiextremista. 
Combatentes da Província do Estado Islâmico na África Ocidental (Iswap) abriram fogo contra um grupo de agricultores e crianças que viajavam em uma van aberta e um riquixá motorizado nos arredores de Gurnowa, um vilarejo próximo à cidade-guarnição de Monguno, informaram as milícias.


Separadamente, uma agricultora e seus três filhos que fugiam da área morreram quando sua carroça de madeira atingiu uma mina terrestre plantada pelos extremistas perto do local do ataque, antes de se retirarem, informou a milícia. 
"Nossos homens evacuaram 11 corpos para Monguno, enquanto outra equipe partiu para trazer a mulher e seus três filhos", disse Babakura Kolo, líder da milícia antiextremista que auxilia os militares no combate aos jihadistas na região. Os 11 retornavam a Monguno após trabalharem em suas fazendas quando foram atacados pelos extremistas, disse Ibrahim Liman, outro membro da milícia que relatou o mesmo número de vítimas. Os insurgentes fugiram com a van e o riquixá dos agricultores mortos, disseram os dois milicianos. "A mulher e seus três filhos abandonaram a fazenda ao ouvir os tiros e estavam voltando para Monguno quando a carroça que empurravam capotou sobre um explosivo enterrado pelos terroristas, matando todos", disse Liman. Pelas imagens das 11 vítimas vistas por um repórter da AFP, a maioria foi baleada na cabeça, incluindo duas mulheres e duas crianças.


Gurnowa, a 5 km da cidade militar fortificada de Monguno, está deserta há anos após os ataques extremistas, com seus habitantes forçados a buscar abrigo em acampamentos improvisados em Monguno. Monguno, 140 km ao norte da capital regional, Maiduguri, abriga dezenas de milhares de deslocados internos, que fugiram de suas casas para escapar da violência e vivem em campos extensos sob proteção militar. 
As Nações Unidas afirmam que mais de um milhão de pessoas enfrentarão a fome no nordeste da Nigéria em meio ao ressurgimento de ataques extremistas, enormes cortes na ajuda externa e um custo de vida em ascensão. O conflito de 16 anos já matou mais de 40.000 pessoas e deslocou mais de dois milhões de suas casas, segundo a ONU.

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