Primeiro-ministro do Camboja pede calma após confronto na fronteira com a Tailândia deixar um soldado cambojano morto


O líder do Camboja pediu calma no país um dia após a morte de um soldado em um breve confronto com tropas da vizinha Tailândia, em uma zona disputada ao longo da fronteira entre Tailândia e Camboja. Em uma declaração escrita na quinta-feira, o primeiro-ministro Hun Manet disse que a população não deveria "entrar em pânico com a circulação de material não verificado" e garantiu ao país que não deseja um conflito entre as forças cambojanas e tailandesas.


"Por esse motivo, espero que a próxima reunião entre os comandantes dos exércitos cambojano e tailandês produza resultados positivos para preservar a estabilidade e a boa comunicação militar entre os dois países, como fizemos no passado", disse Hun Manet, que está atualmente em visita a Tóquio. "Embora eu esteja no Japão... o sistema de comando e a hierarquia para grandes operações militares, como a movimentação de tropas, permanecem sob minha total responsabilidade como primeiro-ministro", acrescentou. O Ministério da Defesa Nacional do Camboja informou na quarta-feira que um de seus soldados foi morto em um breve tiroteio com tropas tailandesas, em uma região de fronteira disputada entre a província de Preah Vihear, no país, e a província de Ubon Ratchathani, na Tailândia. O ministério acusou soldados tailandeses de abrirem fogo primeiro contra um posto militar cambojano que existia há muito tempo na zona de fronteira disputada.


No entanto, o Ministro da Defesa da Tailândia, Phumtham Wechayachai, afirmou que as forças cambojanas na área abriram fogo primeiro, acrescentando que já haviam cavado uma trincheira na área em um esforço para afirmar a reivindicação do Camboja sobre o território disputado, informou a mídia local. "Fui informado de que o contra-ataque foi necessário para nos defendermos e protegermos a soberania da Tailândia. Recomendei cautela. Embora o cessar-fogo se mantenha, ambos os lados continuam se enfrentando", disse o ministro, segundo o jornal tailandês The Nation. O jornal The Nation também informou que o primeiro-ministro tailandês, Paetongtarn Shinawatra, conversou com seu homólogo, Hun Manet, e ambos estavam trabalhando para acalmar a tensão na disputa. "Não queremos que isso se agrave", disse o primeiro-ministro tailandês, segundo a citação.


O Camboja e a Tailândia têm um longo histórico de disputas ao longo da fronteira, incluindo confrontos armados que eclodiram em 2008 perto do Templo Preah Vihear, no Camboja, que foi tombado como Patrimônio Mundial da UNESCO naquele ano. Conflitos também eclodiram ao longo da fronteira em 2011. A agência de notícias Associated Press relata que, em fevereiro, tropas cambojanas e seus familiares entraram em um antigo templo ao longo da fronteira e cantaram o hino nacional cambojano, o que levou a uma breve discussão com as tropas tailandesas. O incidente foi registrado em vídeo e viralizou nas redes sociais.

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