Líderes regionais instam grupos armados na República Democrática do Congo a encerrarem as hostilidades


Chefes de Estado e representantes de governo regionais, reunidos em Uganda, instaram os grupos armados no leste da República Democrática do Congo (RDC) a encerrarem incondicionalmente as hostilidades. 
Um comunicado foi emitido na quarta-feira, na conclusão da 12ª Reunião de Alto Nível do Mecanismo Regional de Supervisão do Quadro de Paz, Segurança e Cooperação (CPS) para a RDC e a região.


De acordo com o comunicado, os líderes afirmaram que os grupos armados estrangeiros que operam na RDC devem se desarmar voluntariamente e se preparar para o repatriamento para seus países de origem. Eles também instaram os Estados-membros signatários do Quadro do CPS a honrarem seus compromissos de respeitar a soberania e a integridade territorial dos países vizinhos e a não acolherem ou apoiarem grupos armados ou indivíduos acusados ​​de crimes de guerra, crimes contra a humanidade ou atos de genocídio. Os líderes condenaram a expansão territorial e o estabelecimento de administrações paralelas no leste da RDC pelo grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23), que, segundo eles, está sendo apoiado por forças externas. A cúpula, organizada pelo presidente ugandense, Yoweri Museveni, na Casa do Estado em Entebbe, a cerca de 40 km de Kampala, capital do país, ocorreu em meio a um agravamento da crise política, humanitária e de segurança no leste da RDC.


Durante a sessão de abertura, Museveni afirmou que os desafios enfrentados pela RDC poderiam ser resolvidos regionalmente com envolvimento externo limitado. Ele afirmou que a dependência de forças estrangeiras, ignorando as partes interessadas regionais e as vozes dos cidadãos congoleses, agravou a crise. O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou, em mensagem transmitida em seu nome por seu enviado especial para a Região dos Grandes Lagos, Xia Huang, que os combates em curso e a ocupação ilegal no leste da RDC estão causando imenso sofrimento. A situação humanitária é alarmante, com violações de direitos humanos, particularmente em Goma e Bukavu, sob o controle do M23, disse Guterres, apelando a um compromisso coletivo dos Estados-membros para garantir um cessar-fogo imediato e permitir a entrega de ajuda humanitária aos afetados.

Sghair Said, alto representante da União Africana (UA) para a Região dos Grandes Lagos, também sublinhou a necessidade de os países respeitarem as decisões coletivas. "Devemos ser mais determinados e demonstrar mais solidariedade, porque, ao assumirmos compromissos diplomáticos concretos e honrá-los, alcançaremos uma paz sustentável na região dos Grandes Lagos", afirmou. Acrescentou que existem várias iniciativas regionais, da UA e internacionais em curso com o objetivo de pôr fim à crise na RDC, que devem ser alinhadas num quadro unificado.

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