A Anistia Internacional documentou esta semana evidências de que forças militares sírias e tropas alinhadas ao governo conduziram execuções extrajudiciais de minorias religiosas drusas na província de Suwayda durante combates sectários em julho. As novas alegações seguem o anúncio de Damasco de que conduziria sua própria investigação sobre possíveis violações de direitos humanos na cidade.
A investigação da Anistia Internacional descobriu que forças sírias e beduínas mataram pelo menos 46 drusos, incluindo duas mulheres e dois idosos. Os assassinatos ocorreram em locais públicos como uma escola, um hospital e uma praça pública. Assassinatos também foram registrados em residências particulares e em um salão cerimonial. Todos os assassinatos ocorreram na cidade de Suwayda ou em seus arredores, observa a Anistia Internacional, após a entrada das forças governamentais em 15 de julho.
A violência começou em 11 de julho, quando tribos drusas e beduínas entraram em confronto na província de Sweida, no sul da Síria. As forças governamentais responderam em 15 de julho, entrando na província como forças de paz, mas logo lutando contra milícias drusas. No mesmo dia, Israel lançou ataques contra forças sírias e beduínas na região. Após mais combates e um ataque aéreo israelense a Damasco, o governo sírio assinou um acordo de cessar-fogo com líderes drusos, com a retirada das tropas governamentais em 16 de julho. “O governo sírio deve investigar essas execuções de forma rápida, independente, imparcial e transparente e responsabilizar os perpetradores em processos justos, sem recurso à pena de morte”, escreveu Diana Semaan, pesquisadora da Anistia Internacional sobre a Síria. A investigação citou 13 testemunhas que moram em Suwayda e duas que partiram. Oito delas disseram ter testemunhado que viram seus familiares serem executados. Outras testemunharam rituais de humilhação, incluindo a raspagem forçada de pelos faciais, um suplício insultuoso para os membros da minoria drusa.
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