Uma comissão policial indonésia demitiu um policial na quarta-feira, após considerá-lo culpado de violação ética por seu papel no assassinato de um entregador, que reacendeu protestos antigovernamentais.
Os protestos em toda a Indonésia foram desencadeados pelo descontentamento com a desigualdade econômica e os benefícios generosos concedidos aos parlamentares, mas se intensificaram quando circularam imagens de uma viatura policial paramilitar atropelando e matando o motorista de 21 anos, Affan Kurniawan, na quinta-feira. O porta-voz da polícia nacional, Trunoyudo Wisnu Andiko, disse que o policial Cosmas K. Gae agiu de forma "antiprofissional" durante o protesto. Ele descreveu o comportamento de Cosmas como "um ato repreensível". Como sanção, isso exigiu "demissão desonrosa como membro da polícia nacional", disse Trunoyudo em comentários a repórteres transmitidos pela emissora Kompas TV.
A mídia indonésia noticiou que Cosmas estava no veículo que atingiu Affan, mas Trunoyudo não deu mais detalhes sobre o envolvimento do policial. Cosmas, que tem três dias para recorrer da decisão, afirmou após a audiência que estava apenas cumprindo seu dever de manter a ordem pública e a segurança de outros policiais e que não tinha intenção de causar a morte de ninguém. "Não houve intenção, sinceramente, pelo amor de Deus. Não houve intenção de causar danos às pessoas", disse ele em declarações também transmitidas pela Kompas TV. Cosmas também afirmou que só soube da morte de Affan pelas redes sociais.
A polícia também deteve outros seis policiais em relação ao incidente.
Pelo menos 10 pessoas foram mortas durante os protestos em todo o país, informou a Comissão Nacional de Direitos Humanos, afiliada ao estado. Mortes foram relatadas em Jacarta, Makassar, em Sulawesi do Sul, em Java Central e em Papua. A Comissão para Desaparecidos e Vítimas de Violência (KontraS) informou que pelo menos 20 pessoas ainda estavam desaparecidas até segunda-feira. Os protestos na maior economia do Sudeste Asiático diminuíram nos últimos dias depois que algumas das vantagens dos legisladores foram revogadas e os militares foram mobilizados na capital na segunda-feira em uma demonstração de força.
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