Iêmen: Rebeldes Houthis bloqueiam acesso na internet de sites noticiosos independentes


Em 6 de setembro, a Barran Press, sediada na cidade de Marib, controlada pelo governo, afirmou que usuários em todo o país estavam impossibilitados de acessar seu site por vários dias sem uma rede privada virtual. O veículo descreveu o bloqueio aos provedores estatais YemenNet e TeleYemen como uma "violação flagrante da liberdade de opinião e expressão". 
"O bloqueio da Barran Press pelos houthis reflete sua determinação contínua em atingir a mídia independente e isolar os iemenitas — não apenas do mundo, mas também de notícias locais confiáveis", disse Sara Qudah, Diretora Regional do CPJ. Os Houthis devem parar de usar como arma o controle da infraestrutura de telecomunicações do Iêmen e permitir que os iemenitas tenham livre acesso à internet e à mídia independente. Desde a tomada da capital iemenita, Sanaa, em 2014, as autoridades Houthis, apoiadas pelo Irã, assumiram o controle de importantes infraestruturas de telecomunicações e bloquearam cerca de 200 sites de notícias locais, regionais e internacionais, de acordo com o Sindicato dos Jornalistas Iemenitas, incluindo grandes veículos de comunicação como a emissora estatal saudita Al Arabiya e a emissora Al Jazeera, sediada no Catar. Mohamed al-Salhi, editor-chefe da Barran Press, disse ao CPJ que os Houthis "travaram uma guerra contra os meios de comunicação, incluindo o bloqueio daqueles que não estavam sob seu controle" — referindo-se às regiões controladas pelo governo internacionalmente reconhecido.


"Eles só aceitam uma voz — a sua — e os jornalistas no Iêmen estão pagando o preço", disse ele.

Desde que uma coalizão apoiada pela Arábia Saudita interveio na guerra civil em 2014 para tentar restaurar o governo ao poder, Jornalistas têm enfrentado graves ameaças em áreas controladas por ambos os grupos. Violações — que vão desde prisões e detenções arbitrárias até desaparecimentos forçados e julgamentos injustos — são cometidas com impunidade quase total.

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