Jihadistas do JNIM matam vários mercenários russos em emboscada no Mali


Um comboio de mercenários russos do chamado Corpo da África — muitos deles supostamente ex-combatentes do Grupo Wagner — foi emboscado e baleado no Mali, informou o grupo ucraniano OSINT, Tatarigami_UA, em 1º de agosto. A emboscada teria ocorrido em 1º de agosto, com pelo menos três mercenários mortos. Analistas do Tatarigami estimam que o número real de mortos pode chegar a quatro e oito feridos.


Os agressores eram provavelmente militantes da Jama'at Nasr al-Islam wal Muslimin (JNIM), afiliada da Al-Qaeda no Sahel, e não rebeldes tuaregues, disse o Tatarigami. Soldados do exército nacional do Mali também podem estar entre as vítimas, com base na análise de vídeo. Um dos veículos atingidos na emboscada foi identificado como um caminhão de manutenção Ural-4320 MTP-A2.1 — o mesmo modelo visto em comboios russos enviados ao Mali via Guiné no início de 2025, com pelo menos mais duas entregas subsequentes. O veículo danificado parecia ser uma oficina móvel de reparos, disse Tatarigami. De acordo com uma fonte com informações "relativamente confiáveis", o comboio foi alvejado por metralhadoras e lançadores de granadas. Uma granada aparentemente atingiu um veículo blindado, possivelmente um MRAP. Embora seja improvável que altere o equilíbrio de poder na região, o ataque representa um golpe na reputação das forças russas na África e pode levar a operações de retaliação disfarçadas de missões de contrainsurgência. Canais russos do Telegram, incluindo um vinculado ao canal Wagner, confirmaram as mortes de combatentes do Corpo de África na região de Mopti, perto da pequena cidade de Tenenkou. Outro canal, o Sand Cat — supostamente administrado por um mercenário do Corpo de África — também culpou o JNIM pelo ataque.


Este último ataque segue uma série de pesadas perdas sofridas por combatentes russos no Mali nos últimos meses. Em 27 de julho de 2024, a Reuters relatou, citando insurgentes malineses, que as forças do Corpo Russo da África — compostas em grande parte por ex-mercenários da Wagner — sofreram sérias perdas perto da cidade de Tinzaouaten. Fontes da BBC disseram mais tarde que entre 20 e 50 combatentes russos foram mortos no confronto ao longo da fronteira Mali-Argélia. Um ex-combatente da Wagner afirmou que o número real de mortos foi de pelo menos 82. Os canais da Wagner atribuíram a derrota a uma tempestade de areia que atingiu a área após uma operação de varredura, durante a qual rebeldes tuaregues teriam lançado um contra-ataque surpresa. Imagens gráficas de combatentes russos capturados e mortos circularam online. Em 2 de agosto, grupos tuaregues alegaram ter matado 84 mercenários da Wagner e 47 soldados malineses. O porta-voz da inteligência militar ucraniana, Andriy Yusov, disse posteriormente na televisão nacional que "os rebeldes receberam as informações necessárias — e não apenas informações — que lhes permitiram realizar uma operação bem-sucedida contra criminosos de guerra russos". Em 5 de agosto, o The Times de Londres, citando documentos da Agência de Segurança Nacional dos EUA, informou que o chefe da inteligência militar da Ucrânia, Kyrylo Budanov, planejava ataques às forças do Grupo Wagner no Mali já em 2023. Em resposta, o governo de transição do Mali — seguido pelo Níger — rompeu relações diplomáticas com a Ucrânia devido ao suposto apoio aos rebeldes tuaregues. O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia condenou a decisão como precipitada e míope. Posteriormente, Yusov disse ao Financial Times que nunca havia confirmado o envolvimento direto da Ucrânia no ataque. Em setembro de 2024, Mohamed Elmaouloud Ramadan, representante da aliança tuaregue, confirmou contatos com a Ucrânia, mas se recusou a dizer que tipo de assistência Kiev havia fornecido. Quase um ano depois, em 6 de junho de 2025, a Wagner anunciou o fim de sua "missão principal" no Mali e a retirada de suas forças para a Rússia. Em 31 de julho, a inteligência britânica informou que cerca de 2.000 combatentes do Corpo Africano haviam substituído as forças da Wagner no Mali. Os envios do Kremlin para o continente incluíam mais de 100 peças de equipamento militar pesado, incluindo tanques, sistemas de foguetes e bombardeiros táticos, de acordo com autoridades de defesa do Reino Unido. Vinte anos atrás, a maioria das pessoas nem tinha ouvido falar da Ucrânia. Hoje, o país está na boca do povo e nas manchetes de todos. A guerra nos empurrou para a primeira página. Mas há muitas outras coisas que fazemos das quais nos orgulhamos – da música e cultura à tecnologia. Precisamos da sua ajuda para contar ao mundo a história ucraniana de resiliência, alegria e sobrevivência. Se você estiver disposto a apoiar nosso esforço, considere nos apoiar no Patreon a partir de US$ 5 por mês. Somos imensamente gratos.

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