7.000 cristãos foram mortos na Nigéria este ano por grupos jihadistas islâmicos


Mais de 7.000 cristãos foram mortos na Nigéria durante os primeiros 220 dias de 2025, informou um órgão de vigilância da sociedade civil. Isso representa uma média de 35 assassinatos por dia, de acordo com o relatório recente publicado pela ONG nigeriana de direitos humanos Sociedade Internacional para as Liberdades Civis e o Estado de Direito (Intersociety). A Newsweek contatou o Ministério de Assuntos Humanitários da Nigéria e a Comissão Nacional de Direitos Humanos por e-mail para obter comentários. 
A Nigéria tem sido um epicentro da perseguição cristã há muito tempo, com mais cristãos mortos por sua fé no país do que no resto do mundo combinado, de acordo com a organização de direitos humanos Portas Abertas, que monitora a perseguição de cristãos em todo o mundo.


A violência deslocou pelo menos 12 milhões de cristãos desde 2009, segundo a Intersociety. Aquele ano marcou o início da insurgência do Boko Haram para estabelecer um califado na Nigéria e no Sahel. Nos 16 anos seguintes, a Intersociety estima que 189.000 civis foram mortos — 125.000 dos quais eram cristãos e 60.000 muçulmanos liberais. O relatório da Intersociety afirma que 7.087 cristãos foram mortos na Nigéria entre 1º de janeiro e 10 de agosto, e que outros 7.800 foram sequestrados no mesmo período.


O relatório identificou o estado de Benue, no Cinturão Médio da Nigéria, como um dos mais atingidos, com pelo menos 1.100 mortes, incluindo o massacre de Yelewata em junho, quando 280 cristãos foram mortos. "A Nigéria está sediando e fornecendo abrigo seguro para nada menos que 22 grupos terroristas islâmicos embrionários e já desenvolvidos na África, com ligações ou potenciais ligações com o ISIS, o ISIL e o Fundo Mundial da Jihad", afirma o relatório. O Cinturão Médio e os estados do norte são especialmente voláteis, com grupos militantes islâmicos como o Boko Haram, extremistas Fulani e o ISWAP (Estado Islâmico da Província da África Ocidental) visando comunidades cristãs por meio de assassinatos em massa, sequestros e incêndios de igrejas. 
Embora a Nigéria ofereça legalmente mais liberdade religiosa do que outros países na lista de observação da Portas Abertas, "a maior ameaça vem dos militantes islâmicos que buscam destruir o cristianismo e os cristãos na região", afirma a organização.


O relatório do Departamento de Estado dos EUA sobre terrorismo na Nigéria em 2023 destacou que o ISIS-África Ocidental (ISIS-WA), o Boko Haram e o Ansaru atuam na região, realizando ataques contra o governo nigeriano, as forças de segurança e civis nas regiões norte e central do país. O governo nigeriano já havia rejeitado algumas alegações sobre grupos específicos que operam no país, inclusive em junho, quando um porta-voz do Departamento de Defesa, Major-General Markus Kangye, rebateu as alegações do embaixador turco de que o grupo terrorista FETO estaria ativo. Kangye afirmou que os militares nigerianos não reconhecem o grupo e não receberam nenhuma informação confiável que sustente a alegação, de acordo com o jornal local The Nigeria Lawyer.

O Padre Dominic Asor, reitor do Seminário Menor St. James, declarou no mês passado: "Não devemos fugir de nossa vocação por causa de provações, insegurança ou da atração pelo conforto mundano. Deus, que nos chamou, nos sustentará, mas devemos permanecer fiéis e focados. O seminário não se tornou uma espécie em extinção. Além dos seminários, onde mais se pode ter segurança completa? Não há lugar." Jeff King, presidente da International Christian Concern, disse anteriormente à Newsweek: "A perseguição aos cristãos não é meramente uma questão religiosa, é uma crise de direitos humanos que afeta milhões. O relatório da Intersociety instou os atores internacionais a intervir e a considerar a inclusão da Nigéria em listas de observação, o que poderia desencadear respostas diplomáticas ou sanções. A Portas Abertas e outros grupos de monitoramento continuaram a documentar ataques e deslocamentos, o que sugeriu a necessidade contínua de ajuda humanitária e proteção para milhões de pessoas deslocadas e para comunidades que relatam violência recorrente.

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