O sistema de internet via satélite do bilionário Elon Musk tornou-se uma ferramenta cada vez mais comum para grupos armados se comunicarem em áreas carentes de infraestrutura de comunicação terrestre tradicional.
Do Mali ao Chade, os kits Starlink têm se tornado cada vez mais parte do equipamento usado por grupos jihadistas e rebeldes. Nos últimos dois anos, inúmeros vídeos e imagens circularam nas redes sociais, mostrando os grupos armados utilizando o sistema de internet via satélite criado pelo bilionário Elon Musk. O hardware, reconhecível por sua antena parabólica branca montada em um tripé, apareceu em junho de 2024 em um vídeo divulgado pela Jama'at Nusrat al-Islam wal-Muslimin (JNIM), uma afiliada da Al-Qaeda, durante uma operação na região de Gao, no leste do Mali, contra o Estado Islâmico na África Ocidental (ISWA).
Em um boletim de análise de risco publicado em 12 de maio, a Iniciativa Global Contra o Crime Organizado Transnacional (GI-TOC, uma rede de especialistas) confirmou que grupos como o JNIM e o ISWA estão "explorando a conectividade portátil de alta velocidade [da Starlink] para aprimorar suas operações". De acordo com as forças de segurança nigerinas, dispositivos Starlink também foram apreendidos durante operações antiterrorismo nas regiões de Tillabéri e Tahoua, no oeste do Níger.
A rede Starlink opera até mesmo nos cantos mais remotos do globo graças à sua constelação de satélites de telecomunicações – 8.800 no total, segundo uma contagem no início de junho – que orbitam a Terra a baixa altitude. Segundo a empresa, a Starlink está oficialmente ativa em 20 dos 54 países africanos, incluindo a Nigéria desde 2023 e o Níger desde março de 2025. Ao contrário da infraestrutura de comunicações terrestre tradicional, que cobre apenas 37% do continente, a Starlink possui cobertura de internet quase completa.
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