O governo congolês afirma ter atacado uma aeronave que, segundo rebeldes, transportava ajuda alimentar antes de ser explodida no distrito de Minembwe, próximo às fronteiras do país com Ruanda e Burundi. Este é o mais recente incidente violento na região desde que um acordo de cessar-fogo foi assinado em Washington na última sexta-feira. O exército alega ter rastreado o avião por radar, constatado que ele havia entrado no espaço aéreo congolês sem permissão legal e não possuía número de identificação – não dando à força outra opção a não ser tomar "as medidas apropriadas". Mas rebeldes aliados ao grupo M23, que tomou grande parte do leste da República Democrática do Congo este ano, contestam essa informação.
Um comunicado divulgado em nome do grupo Twerwaneho, que controla Minembwe, afirmou que o avião foi bombardeado em um ato de "barbárie" que destruiu "rações de alimentos" e "suprimentos essenciais, incluindo medicamentos" destinados aos moradores da vila. A declaração publicada pela Aliança do Rio Congo, um grupo rebelde mais amplo que inclui tanto os Twerwaneho quanto o M23, ameaçou que a milícia revidaria ao exército com as chamadas "medidas necessárias" para manter a segurança dos moradores locais. A BBC não conseguiu verificar de forma independente qual carga estava a bordo do avião, nem de onde ela veio. No entanto, imagens diurnas que circulam online, cuja topografia e detalhes coincidem com outras filmagens do local, parecem mostrar que a maior parte dos destroços foi consumida pelo fogo. As forças de defesa do Burundi e o exército congolês bloquearam o acesso rodoviário a Minembwe, controlada pelos rebeldes, deixando o país dependente do acesso aéreo para todos os tipos de suprimentos. Nenhum dos lados afirmou que o avião teve origem em Ruanda. Mas todas as aeronaves civis e militares ruandesas estão proibidas de voar na República Democrática do Congo desde fevereiro, devido a acusações de que Ruanda apoia o M23. Apesar das evidências generalizadas, Ruanda nega ter fornecido apoio financeiro ou militar ao M23 ou a seus aliados.
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