Pelo menos cinco mortos em ataque a tribunal no Sistão-Baluchistão, no Irã

Um ataque a um tribunal na província de Sistão-Baluchistão, no sudeste do Irã, matou pelo menos cinco civis e feriu 13, segundo relatos da mídia iraniana. Uma mãe e uma criança estavam entre os mortos no sábado por homens armados que lançaram uma granada de mão contra o prédio em Zahedan, capital do Sistão-Baluchistão, informou um alto funcionário da polícia à agência de notícias estatal IRNA.

A IRNA informou que três dos agressores também foram mortos durante o ataque, citando a sede regional do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC). Em um comunicado publicado em sua conta do Telegram, o Jaish al-Adl (Exército da Justiça, em árabe), um grupo armado balúchi baseado no Paquistão, mas também ativo no Irã, assumiu a responsabilidade pelo ataque e instou "todos os civis a evacuarem imediatamente a área dos confrontos para sua segurança", informou a mídia iraniana. De acordo com Alireza Daliri, vice-comandante da polícia do Sistão-Baluchistão, os agressores tentaram entrar no prédio disfarçados de visitantes. O grupo balúchi de direitos humanos HAALVSH, citando testemunhas, disse que vários funcionários do judiciário e agentes de segurança foram mortos ou feridos quando os agressores invadiram as salas dos juízes. 

A IRNA disse que equipes de emergência estavam no local com os feridos evacuados e transportados para centros médicos. O Sistão-Baluchistão, localizado nas fronteiras com o Paquistão e o Afeganistão, abriga a minoria muçulmana sunita balúchi do Irã, que há muito tempo se diz economicamente marginalizada e politicamente excluída. Alguns grupos armados disseram estar lutando por maiores direitos e autonomia. O governo iraniano acusa alguns deles de terem laços com governos estrangeiros e de estarem envolvidos em ataques e contrabando transfronteiriço. Conflitos entre as forças de segurança iranianas e os grupos armados são frequentes na província, localizada a cerca de 1.200 km a sudeste da capital, Teerã.

A área tem sido palco de confrontos recorrentes entre as forças de segurança iranianas, incluindo a Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC), e combatentes da minoria balúchi, grupos sunitas e traficantes de drogas. Em um dos incidentes mais mortais, 10 policiais foram mortos em outubro, no que as autoridades descreveram como um ataque "terrorista".