Colômbia: Cartéis mexicanos também podem estar por trás de ataques terroristas nas regiões do Vale e de Cauca


Após o acordo de paz com o governo de Juan Manuel Santos, em 2016, grandes áreas no sul do país permaneceram desocupadas pelas forças da lei. Essas áreas foram tomadas por homens do México. Mais uma vez, uma força estrangeira invasora pareceu dominar as terras que antes pertenciam aos indígenas. Em algumas partes do Vale e do Cauca, falava-se mexicano. Entre 2024 e 2025, as autoridades capturaram 35 cidadãos mexicanos supostamente ligados ao Cartel Nova Geração de Jalisco. Este grupo se estabeleceu na Colômbia não apenas para fortalecer suas redes de tráfico de drogas e ouro, mas também para se envolver em outras atividades criminosas, como o tráfico de pessoas. Este grupo criminoso também tinha como objetivo recrutar jovens para a guerra. A incursão do Cartel de Jalisco explica o número de mulheres colombianas sequestradas e algumas desaparecidas no México.


O recrutamento forçado não se limita a menores, mas também a ex-militares colombianos que se juntam às fileiras de seus exércitos. Na Colômbia, prometem que irão ao México trabalhar em agências de segurança privada, com salários de até oito milhões de pesos, mas, ao chegarem, descobrem que tudo não passa de fachada, que o que farão é trabalhar como assassinos de aluguel. Relatos de militares desaparecidos no México são cada vez mais frequentes. O que torna essa situação ainda mais problemática é que esses grupos alimentam financeiramente grupos como o de Iván Mordisco. Sentem-se tão livres e poderosos que podem fazer o que fizeram em 10 de junho, quando, durante cinco horas, desencadearam o pânico em departamentos como Valle e Cauca. Essas atividades, evidentemente terroristas, deixaram oito mortos e sessenta e dois feridos.


O cartel de Sinaloa é outro grupo que fornece dinheiro e armas a dissidentes. Eles teriam negócios dentro do Cânion Micay, um dos locais onde a coca cresce e se expande com mais facilidade no mundo. Segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, na Colômbia, são plantados 253.000 hectares de coca; Somente no Cauca, concentram-se 31.844 hectares, o que representa 12,5% do total de plantações de coca do país. Como afirmou o próprio Presidente Petro, é inegável que, em um lugar como El Plateado, onde há décadas não existe outra lei senão a dos violentos, o cartel de Sinaloa domina. Em abril deste ano, o Ministro da Defesa, Pedro Sánchez, declarou a respeito: "O cartel de Sinaloa compra a coca que lhes é vendida por grupos armados no Cauca". Segundo Francisco Daza, nosso Coordenador de Paz e Pós-Conflito na Fundação Pares: "Os cartéis injetam grandes quantias de capital e armas nos grupos armados e, por sua vez, coordenam-se por meio de um trabalho conjunto para regular a cadeia produtiva da cocaína".


A essa mistura se soma a presença e o conflito de outros grupos, como as facções dos Shottas e Espartanos, os dois principais grupos que dominam a criminalidade em Buenaventura, as Autodefesas Gaitanistas e até mesmo o ELN. Os ataques desta semana no oeste devastaram ainda mais o moral de um país que teme um retorno aos piores anos da guerra, que antes eram considerados encerrados.

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