Dissidentes da extinta guerrilha das FARC sequestraram nove empreiteiros estatais colombianos que trabalhavam em uma região do país assolada por conflitos, informou o governo local nesta quinta-feira.
Os assessores realizavam uma "missão humanitária" no município de López de Micay, no departamento de Cauca, sudoeste do país, quando foram detidos por rebeldes que não aderiram ao acordo de paz de 2016, segundo um comunicado. Sete mulheres estão entre as vítimas.
O governo desta região, epicentro de uma disputa territorial pelo controle de plantações de cocaína, emitiu um "apelo urgente" para a libertação dos assessores com a ajuda de mediadores nacionais e internacionais. O chamado Estado-Maior Central (EMC), uma facção dos dissidentes liderada pelo vulgo Iván Mordisco, o criminoso mais procurado do país, opera no Cauca. O grupo alegou, em comunicado enviado a jornalistas, que os empreiteiros estariam supostamente entregando e instalando "equipamentos militares" do exército. O gabinete do governador sustentou que a guerrilha os acusa "erroneamente".
O presidente de esquerda Gustavo Petro está tentando expulsar dissidentes das regiões mais conflituosas do Cauca com operações das forças de segurança. Os rebeldes responderam atacando militares e civis com carros-bomba, drones e explosivos. Em meados de junho, a EMC realizou pelo menos 24 ataques no Cauca e no vizinho Valle del Cauca, deixando dois policiais e cinco civis mortos. Petro tentou negociar com Mordisco, mas as negociações fracassaram, assim como a maioria dos diálogos com grupos armados ilegais que ele promoveu. No poder desde agosto de 2022, o presidente propôs alcançar a "Paz Total" com todas as estruturas ilegais, mas críticos apontam que a segurança enfraqueceu. A Colômbia vive sua pior crise de violência desde o desarmamento das FARC, que já foi o grupo guerrilheiro mais poderoso do continente.
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